06 junho 2011

Volta às aulas

Em assembleia geral realizada na noite desta segunda-feira (06), estudantes da Uespi de Picos optam por retornar às aulas. A decisão é estratégica, afirma o movimento estudantil.

Paralisados há mais de três semanas como forma de manifestar o repúdio à atual situação da Uespi, em especial o campus da instituição na cidade de Picos, os estudantes decidiram que é hora de dar uma pausa e retomar as atividades acadêmicas.


Foram 26 dias sem assistir aula e mais de uma dezena de protestos, reuniões e manifestações. Os acadêmicos chamaram a atenção da mídia para denunciar a situação na qual se encontram: seis cursos denegados pelo Conselho Estadual de Educação; biblioteca com acervo mínimo e desatualizado; falta de professores efetivos; de material didático; de material de expediente; e o principal, a conclusão da reforma do campus, iniciada em 2008 e atualmente paralisada. A obra foi condenada pelo Conselho Regional de Arquitetura (Crea) e será demolida.

A decisão dos alunos de paralisar as aulas veio após os professores da Uespi deflagrarem greve geral em todo o estado. O apoio dos alunos aos professores fortaleceu o SOS Uespi, movimento iniciado no final de 2010. Unidos pelas redes sociais, estudantes reagiram à declaração do governador Wilson Martins de que o problema da Uespi “é café pequeno.”


Audiência com governador Wilson Martins

Em Picos, o movimento SOS Uespi levou os estudantes às ruas mais de uma vez. Passeata pelo centro da cidade, velório simbólico da instituição, assembleias, fechamento da BR-316, reuniões com o governador, com o reitor Carlos Alberto, com deputados e senadores: os “incansáveis”, como passaram a ser chamados, não ficaram quietos.

E, segundo representantes do movimento estudantil, vão continuar lutando por uma universidade de qualidade. A volta às aulas é uma forma que os alunos encontraram de não perder o período e diminuir o prejuízo acadêmico. Mas a pressão vai continuar, as ações em conjunto com estudantes da Uespi em todo o estado, também.

A greve geral dos professores continua, mas como nem todos aderiram, o retorno às aulas vai acontecer normalmente, exceto pelas disciplinas ministradas por docentes que continuam paralisados.

Riachaonet

Um comentário:

  1. (É de arrependimento este discurso.)

    O movimento estudantil terminou (aliás, deu uma pausa) e resulta que nesta última assembléia pensei bastante em mim...
    Recordei que no começo desse ano tive a oportunidade de pertencer ao DCE da Uespi, como titular, na gestão do Gutemberg... Pensava comigo: "se nem mesmo eu tenho a motivação suficiente para incentivar a mim mesmo, diante de tantos problemas na UESPI, como vou querer liderar um alunado tão conformado? Por que lutar por gente tão alienada?" - Eu simplesmente abri mão. Imaturo, não sabia que dessa forma estava não só condenando nossa universidade à mesmice, como também declarava minha própria alienação e conformismo... - E nisso residia o germe.
    Agora percebo o crescimento que deixei escapar pelos dedos. Vendo nossas lideranças, sobretudo o Alex e a Amanda, senti que a oportunidade de fazer a diferença chega a nossa porta, e estando a gente pronto ou não, devemos agarrá-la, a fim de não deixá-la ser corroída pelo tempo. Arrependo-me por não ter me dedicado com afinco e atenção ao que diz respeito, no fundo, a mim mesmo, a causa da Uespi. Mas meu consolo é ver que eu não seria capaz de liderar com tanta maestria, tal como o faz o atual DCE, maestria essa que não advém de nada mais, senão da força do jovem consciente e da vontade de lutar pelos sonhos, nem que isso custe arrastar os sonhos esquecidos dos inertes.

    Estão de parabéns o Alex, a Amanda, o DCE e todos quantos puseram sua mão nessa causa.
    Gratidão plena. Viva a força estudantil!

    (Que este discurso tenha servido para melhorar minha consciência e a consciência dos inertes).

    "Quem não se movimenta não sente as cadeias que o prendem..." (Rosa Luxemburgo)

    Por Amós Santiago, 4º Bloco - Direito - UESPI

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